Ontem após uma reunião e alguma conversa com os meus colegas na igreja do Espírito Santo, caminhei com uma colega que conheci recentemente até às Portas de Mouras, onde daí segui sozinha em direcção a casa, passando pelas ruas e travessas do centro histórico de Évora. Foi das poucas vezes que me encontrei aquela hora, sem efeito nenhum causado no meu corpo, estava completamente sóbria e sã. No meu caminho de pensamentos para casa, encontrei uma grande amiga, já alegre de facto e a andar um pouco torta. Abracei-a, senti o calor da amizade das pessoas que conhecemos aqui em Évora, e que são pessoas que vão ficar comigo o resto da minha vida. E assim pintei um cenário colorido das coisas boas que esta Universidade me trouxe. Pouco mais a frente, em direcção à zoca, encontrei um rapaz a passear o seu amigo de quatro patas, e senti nesse instante saudades do meu cão... mais uma coisa que Évora me trouxe, sentir muita saudade dos que nos são especiais, ...
Paciência para lidar com o que não controlamos. Paciência para aceitar que há dias que a vida nos tira o tapete e caímos ao chão. Paciência para aceitar que, por vezes, precisamos ficar no chão. Aceitar situações, emoções, questionar sentimentos. Existem múltiplas perguntas na cabeça pelas quais não existem respostas. Chega sorrateira a culpa de sentir algo que não queríamos sentir. Singelamente se torna a angústia de ser preciso lidar com tudo, novamente. Lidar com assuntos que pensávamos já estar encerrados na nossa mente, no nosso coração. E a vida mostra que não. A vida mostra que há feridas que passamos para trás das costas porque sentir naquele momento seria demasiado, desajustado, quebrado. Então arrumamos as emoções. O tempo passa, os anos passam e tudo está intacto. Assim como uma estante com potes de vidro fechados com tampas, onde cada um deles representa as tuas emoções. Cada emoção ligada a um momento da tua vida. Existem potes que agarraste, foram abertos, usados, perdoad...
Se eu hoje escrevesse falaria sobre amor. Falaria sobre presença, falaria sobre ausência. Não poderia escrever muito, nem pouco. Sairia daquele meu jeito exagerado de sentir. Transbordava raiva, amor e gratidão. Escrever em Paris ao som de um piano não será igual a escrever em outra parte do mundo. Há um certo romance que a cidade quis manter. Há uma magia no nosso olhar pelas ruas desta cidade. Assim como em Lisboa quando choram as guitarras em nossos olhos, aqui chora o coração perdido na melodia das teclas. Melodias de uma vida. Sentida, muitas vezes desajustada, desconstruída, emocionada, desentendida. Assim sou eu. E danço ao som da música. Na fé do amor, na fé de boa gente. Gente que chega e fica; a nossa gente presente. Que quer escutar a nossa música, entender a nossa história de acordes imperfeitos. E perfeitas são estas partilhas tantas vezes desafinadas. É o que dá sentido à música da vida. Onde todas as notas existem para se conectarem entre elas. Assim é uma melodia. E cad...
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