Um mundo teu


Nem todos os mundos têm o teu nome, sabias? Sabias, que por mais que o mundo gire sem sentido, que te tenhas perdido, existe um mundo só teu. Existe um mundo teu, com o teu nome, a teu prazer, para o vencer. Mundo talvez escondido, mundo onde pertences, mundo teu. O mundo onde és tu, mundo que te entende, que te prende, onde carregas quem trazes no peito. Nem todos os mundos têm o teu nome, sabias? Rasga o mapa, acerta a bússola, corre por aí, encontra o que vem daí. Sabias, que os outros mundos não escrevem o teu nome? Muitos querem que passes por lá, poucos querem que lá fiques. Muitos querem que passes por lá, mas poucos têm o teu nome. Em que mundo pertences tu? Num mundo longínquo, que por mais órbita que seja completa, não completam o meu ser. Completas, tu. Amas, tu. Sabes, tu. Queres, tu. Sabes, sabes mesmo quem és. És tu, no teu mundo, antes de seres o mundo de alguém. Sabias, sabias mesmo que o que te faz girar é a força do teu vencer, a esperança de viver e a vontade de querer. Nem todos os mundos têm o teu nome, sabias? Sei, sei que não têm. Não querem, não lutam, não ficam. Para que mundo queres ir? Para um mundo meu, tão singelamente, teu.


                                                     (fotografia em Donner Lake, CA junho 2015)

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