Memórias

Está tudo aqui guardado, cada coisa no seu canto. Cada porta na sua casa. Cada rua na sua cidade. Cada estrada no seu país. Está tudo aqui guardado. Na verdade, não está nada assim. São objetos, espaços vazios. A ser, só o são com sentimento. Com sentimento são algo guardado. São cantos de memórias. São histórias. As nossas emoções é que os envolvem de essência. Os nossos pensamentos. A nossa presença. Aquela ideia presente de que quando fechamos a porta, fechamos todas as memórias. Que ao dar um passo em frente, tudo fica para trás. Será isto assim? Na verdade, não é o gesto. Não é uma porta fechada, um comboio apanhado, uma estrada percorrida, um passo dado. É o nosso pensamento consequente do ato. São os nossos pensamentos distraídos por outras coisas, por outras pessoas, por outras paisagens, por outros momentos. Tão distraídos que tão singelamente se modificam. É assim que vivemos, com a participação de tudo o que está a nossa volta. O quanto deixamos isso entrar na nossa mente. Somos o que pensamos. E somos o que sentimos. Talvez não acreditemos nisto tão fácil assim. Talvez mudar de pensamento é que é difícil. Acreditamos que se mudarmos de sítios, de pessoas, de histórias, as memórias serão esquecidas. Os sentimentos serão levados. Na verdade, é a nossa mente. Os nossos pensamentos. É o crer em algo. É a nossa fé. Acreditar que fugir de lugares leva as nossas memórias. Acreditar que longe é fácil. Acreditar em ser feliz. Encontrar forma de o ser. Então, eu acredito que se acreditarmos todos os dias que vamos ser felizes, seremos felizes. Simples assim. Seja onde for. Onde queremos estar. Somos sentimentos e memórias. Somos pensamentos. Está no pensar positivo ser feliz. E é a pensar que se vive. Simples assim.




de Inês Figueiredo
Agosto, São Pedro do Sul, 2019

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