Reflexões


Serei assim, eterna revoltada, sonhadora, de emoções fortes, de indiferença e talvez diferente e incompreendida.

Serei assim, pessoa que acha que uma atitude vale mais que mil palavras. Que a força que as palavras levam depende daquele que as lê. As palavras e a escrita são meio de comunicação tanto verdadeiro como falseado, tanto usado para o bem, como para o mal. Transplantado erroneamente, por cada um interpretar á sua maneira, até mesmo aquilo que eu não sei dizer. Eloquência de escritor, que quanto mais se escreve menos se diz, quanto mais nos definimos mais nos perdemos.

Indolente de mim, continuo a acreditar que existem seres humanos bons, embora sejam poucos os que tive prazer de conhecer.

Tenho a força de um furacão quando gosto de alguém, movo montanhas sem pedir algo em troca, sem querer qualquer retorno. Mas tão bem sei que a única expetativa que ainda consigo criar é que me tratem com deferência. Por aquilo que sou, por um ser diferente, por saber que o mereço. Por saber que todos merecemos. Irreverência a nossa, não podemos culpar os nossos sentimentos, mas somos livres de escolher como tratar o próximo.

O problema é que o respeito é um sentimento que poucos sentem.

O respeito pelos outros é tão variável quanto o nosso ser, quanto a nossa personalidade. Demonstra tanto de nós. O mundo seria um lugar melhor se existissem injeções de respeito distribuídas gratuitamente. Por não existirem verdades absolutas, é nosso dever de entender, que a minha realidade não é a do próximo e é tudo uma questão de perspetiva.

Compaixão.

Os sentimentos são só nossos e seguimos a vida caminhando para controlar as nossas emoções desde cedo. Nascemos emocionalmente desequilibrados onde o choro é a nossa palavra de comunicação. Aprendes que não deves chorar. E aprendes mais tarde que chorar faz bem. E, que também faz mal. Esta inconcordância faz de nós seres em crescimento, permitindo escolher o que devemos sentir. Não! Permitindo o que fazer em relação ao que sentimos. A implantar maturidade emocional. O problema é que eliminar tudo o que de mau se sente semeia outras consequências. Deixo uma a regar, a indiferença.

Emoções.

Somos seres em crescimento, felizes aqueles que nos acompanham nesta constante mudança. Eles próprios mudam. O tempo tem o peso que tu lhe deres, a idade fruto do que vives. As tuas companhias fruto do teu trabalho, do que és e do que serás. Dá trabalho ter pessoas na nossa vida. E dá ainda mais trabalho continuarem nela. Mesmo que trabalho não seja a palavra certa. No final, são poucas aquelas que se lembram de ti.

“Vi isto, lembrei-me de ti”

É das frases mais importantes que podemos ouvir. Não apenas porque a pessoa se lembra de ti, como sabe aquilo que tu gostas. Simplesmente porque o partilhaste com ela. E pode continuar a saber o que descobres que gostas e não gostas, se o continares a partilhar. O que gostas hoje, não é o que gostas amanhã. Desprezando o que ainda não descobriste que gostas. A a tua atitude hoje, não é a tua atitude amanhã. O que és hoje, não serás amanhã. E o que escrevo hoje…

Nas contas da vida, difícil não é permanecer na vida de alguém, difícil é acompanhar. Difícil é ser presente nas nossas vidas. A vida de todos os dias. Difícil respeitar, saber perdoar. Difícil é estar. A presença mesmo ausentes. Ontem, hoje e amanhã. Difícil é dar o ombro para sorrir hoje e dar novamente o ombro para chorar amanhã. Querer saber como estás, sempre. É repetir vezes sem conta o que precisas ouvir. Difícil é permanecer na vida de alguém sabendo de todas as imperfeições.

Aos que são presentes.

E aos que vêem a vida de forma diferente.

Continuo a acreditar, continuo sempre a acreditar.

Tenho amor que nunca mais acaba.

[obrigada]

           



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