Bonnie
Querido diário,
Como o tempo passou, como se passou um ano. Faz hoje um ano que a doce e bebé Bonnie veio até mim. A minha coelha, minha princesa. Lembro-me como se fosse ontem. O meu amigo Mauro veio com ela de Faro, ainda com um mesinho. Nenhum bebé deve sair tão novo de perto da mãe. Mas, assim o foi, por diversos motivos.
A Bonnie chegou a Évora ainda pela manhã, perto da hora de almoço, numa caixinha de cartão com uma toalhinha. Era tão tão pequenina. Cabia na minha mão. Tirei o seu pequeno corpinho da caixa e coloquei em cima da mantinha das borboletas. Ela depressa foi fazer um pequeno xixi pelo tapete e começou aos binkies. Logo logo comeu o seu feno e deu mais uns binkies. Para quem não sabe, binkies são os típicos saltos que os coelhos dão de felicidade. Era um binky bunny a minha lady, que ainda não sabia que era uma lady. Quis logo quentinho do aquecedor e adormeceu no meu colo enrolada na manta. A sua primeira noite, foi às voltas da gaiola, a perceber onde estava e o que eram aquelas grades. Dormiu na sua manta e no feno, nos dias seguintes dormia dentro da toca na gaiola. Mas, não bebia água e dava-mos de seringa, com medo que ela desidratasse. Tive de ensinar ela a beber do bebedouro, já que na taça se podia enfiar lá dentro. Sim, era uma banheira para ela. A ração tinha de partir em bocadinhos muito muito pequeninos, se não, não comia. Apanhou umas crostinhas na pele, que rapidamente liguei para o veterinário e foi tratada com umas pipetas. Bonnie, como passavas horas ao aquecedor, quase dentro dele. Davas muitos binkies. Comias muito feno e enfiava-se dentro do suporte. Começas-te por comer salsa. Ah! E tinhas soluços (e tens), muitos! Foste logo cedo dar um passeio à rua de alcofa, ver o mundo e ver o mar. Coisas de humanos.
Era tão mini e precisava de um nome. Era o/a Bébé. Na realidade, é o nome que ela mais responde agora. Mas, pensei ser um menino, apesar da sua cara e pestanas de lady. Em tantos nomes que chamei, existiu um que ela mexia sempre a orelha: Miami. Mas algo me dizia que não era o teu nome. Até porque nunca quis saber o seu sexo quando decidi ficar contigo. Ajudar é mesmo assim. E assim ficou o Miami. Até nos mudarmos para Lisboa e irmos ao veterinário. "É fêmea" disse o Dr. Rui Patrício e eu disse: "É a Bonnie". Obviamente, não poderia ter outro nome em memória do meu Bennie. Como se fosse quase por magia.
Cresceste, ficaste uma princesa refilona. Resmungas e rosnas quando não gostas das coisas e escavas como se não existisse amanhã. Se for preciso dás uma trinca só para te mostrar. Adoras tudo, desde feno, legumes, ração, não há nada que não gostes. Sim e escavas, muito, passas uma hora a escavar. Já destruiu tapetes e mantas. Mas continua a gostar de colo e dos meus apertos de beijos. Pelo menos, eu acho que gosta. E quentinho. Agora dormes na tua cama de plástico rosa, onde no fundo tem tecido polar. Dormes sempre lá de noite, bem bolinha e quente. Gostas de dormir na wc, para apoiar o queixo no rebordo. És uma tonta. Mas és muito limpinha e não fazes nada fora. Gostas de sol e de ir ao quintal. Exibes o teu peito felpudo e esticas o nariz como se fosses a dona do pedaço. És uma Lady!
Assim se passa um ano, na tua companhia. Minha doce princesa. Quem venham muitos mais!
Saudações coelhólicas.
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